A revista Alternativa L lançou-se ao esporte e trouxe um pouco do mundo do rúgbi praticado por mulheres na zona leste de São Paulo .
Aleska Drychan , uma das integrantes da equipe é jogadora de rúgby e atuou no Tatuapé Rúgby e conta-nos um pouco da história do esporte e do time .
Como surgiu o Tatuapé rugby? Quem teve a iniciativa?
O Tatuapé Rugby surgiu com dois amigos (Leandro e Américo). Eles ficaram sabendo que o campo do Ceret iria ser reformado para o Rugby, então resolveram montar um time já que não tinha nenhum outro na região. Os dois amigos já praticavam o esporte, o Leandro no Mauá e o Américo no Bagateli. Desde então começaram a reunir os amigos que tinham interesse e a divulgar nas redes sociais. O primeiro treino foi em setembro de 2010, e o primeiro jogo em novembro do mesmo ano. O feminino surgiu junto com o masculino, pois a irmã do Leandro a Mariana Pão também treinava junto. Qual a maior dificuldade que o time enfrenta? Ou que já enfrentou? A maior dificuldade que o time enfrentou foi à falta de frequência de jogadores. As pessoas vinham conhecer o time e o esporte e depois iam embora. Muitas vezes o time quase acabou por falta de jogadores. Outra dificuldade é conseguir patrocinadores para o time, para apoiar o time financeiramente é muito importante devido aos custos com campeonatos, manutenção do campo e uniforme. Aproveito a oportunidade para convidar empresários da região para assistir um treino, conhecer o time e apoiar o esporte olímpico que mais cresce no Brasil.
Qual a visão das pessoas perante o rugby? Existe certa resistência pelas pessoas em conhecer e jogar rugby. Quem conhece se apaixona, pois é um esporte que se joga por amor. O Rugby é um esporte de ogros jogado por cavalheiros, todos se respeitam muito; apesar da impressão de extrema agressividade. Temos os princípios do Rugby que são: Integridade, Respeito, Solidariedade, Paixão e Disciplina.
Existe preconceito por ser um esporte “agressivo” e ser mulheres que estão no campo? Existe uma resistência ainda, mas ela está aí para ser quebrada. Como em muitas modalidades de esporte, o Rugby está de portas abertas para receber a categoria feminina. O melhor do rugby é que é um esporte indicado para todos os biotipos, seja alta ou baixa, gordinha ou magra, forte ou rápida, um esporte com diferentes posições que trabalha ao mesmo tempo força e resistência. Vocês trabalham com a inclusão de pessoas com deficiência física? Se sim como que é essa experiência, e qual foi a maior dificuldade? Atualmente o Tatuapé Rugby está formando um time de Wheelchair/ Quad Rugby/ Rugby em Cadeira de Rodas, que é para pessoas tetraplégicas. Não sabemos de outro time que tenha esta modalidade, pois normalmente estes times são independentes. A proposta do Tatuapé Rugby é também colocar pessoas com qualquer deficiência física, mesmo que não possa disputar campeonato (não é aceito para a modalidade) porem dando espaço para estimular atividade física e apresentar o esporte que é sim para todos. É uma experiência inovadora e estamos motivados para que esta modalidade cresça em nosso time também. A maior dificuldade é com a aquisição de cadeiras de rodas e material em geral, já que o material e a cadeira são de custo alto.
E por fim deixem uma mensagem pra meninas que se interessarem e quiserem participar dos treinos ou ir conhecer o tatu! Os treinos são de terças e quintas dás 20:30 ás 22:30 horas no Campo de Rugby do Ceret. Quem quiser conhecer um esporte diferente, que irá te empoderar, livre de preconceito e que aceita todo tipo de biótipo físico. O Rugby tem espaço para todxs!!!!