Texto: Sheila Costa
Ao longo do trajeto cotidiano deparei-me com um número considerável de vendedores ambulantes que aclamavam o nome de deus em uma tentaiva complexa de evangelização e vendas, enquanto ofereciam suas mercadorias( balas, doces de amendoim e outras guloseimas baratas).
Grupos religiosos levam a palavra de deus a todos que querem ouvir e aos que não querem também.
Durante a história da humanidade as pessoas tem feito muitas coisas em nome de deus, escondem-se atrás de uma religião e da fé e da bondade e inocência alheia para cometer atrocidades físicas ou psicológicas. A religião monoteista, cristã muito tem me assombrado nos ultimos anos. Bem sabemos que a história é cíclica e o passado não está tão distante de nós. A história do ser humano é marcada por atos desumanos, tanto no período medieval quanto atualmente os seres humanos matam, torturam, castigam, controlam em nome de deus, um deus que eles dizem ser o deus do amor, mas o que o ser humano tem feito pouco se assemelha ao sentimento do amor.
A religiosidade cristã “evangélica”, tem pregado de forma explícita a perseguição aos que não seguem as suas doutrinas alienadas, mesmo aos cidadãos que não pertencem a sua religião ou “igreja”.
É um erro acreditar na religião ou um deus absoluto e fazer a qualquer custo que todos se convertam às suas doutrinas na “verdadeira fé”. Vejo com as imposições da “igreja” na sociedade a mesma nuvem de ignorancia que assolou a idade média, conhecida por todos como idade das trevas; trevas do conhecimento, escuridão das ideias, ausência do pensar, impostas pela santa fé da igreja católica apostólica romana considerada no período como a única religião, todos que se opusessem a esta instituição era punido pelo crime de heresia . A palavra Heresia em latim deriva do grego: escolha, e aquele que escolhe é livre, ser livre não era uma boa opção nesse período.
A fogueira da Santa inquisição, hoje, vem disfarçada de várias alegorias, dentre elas podemos citar : A bancada Evangélica na política, um grande paradoxo no cenário politico brasileiro. Vivemos em um país que se intitula como laico mas, mantém pessoas eleitas pelo voto do povo que colocam a sua religião na frente dos interesses da saúde da mulher dentre outros. Já vi países que assumiram um poder teocrático na contemporaneidade, passarem por um processo semelhanate até assumirem uma posição opressora a todas as ideias contrárias à religião adotada como única e verdadeira ; como foi o caso do Irã nos anos 80, quando assumiu ter um lider religioso chefiando o poder executivo em nome de Alá.
Posso parecer pessimista mas faz algum tempo que vejo nosso país seguindo os passos da teocracia, assumindo posições conservadoras e discriminatórias e em muitos casos com apoio de uma parcela da sociedade que se cala , principalmente com o descaso com assuntos relativos às mulheres e a comunidade LGBTT, tais atitudes não lembram em nada um país laico, aliás perseguir minorias é caracteristica constante em um estado teocrático de fato.
Dentre as minhas leituras e filmes um deles se destaca por ter como cenário de fundo o poder teocrático interferindo na vida das pessoas: “Circunstance” filme de Maryam Keshavarz. Recomendamos !