Ao longo dos ultimos dias muito falou-se sobre abordar as questões de gênero na escola e a Revista Alternativa-L convida nossos leitores para uma reflexão.
Acredito que o ser humano presente em nossa sociedade heteronormativa , machista, branca , patriarcal e cristã ainda que não concorde com tal expressão ,por vezes “contamina-se” com tais normas sociais .
O espanto ou até mesmo medo diante de pessoas “diferentes” em uma sociedade miscigenada que insiste em padrões europeus de beleza e heteronormatividade como regras para um bom convívio social está presente em todos os marcadores sociais: gênero, etnias raças e etc.
Partimos a observação dos grupos LGBTT ao longo da história do nosso país .Os homossexuais são retratados em jornais e veículos de informação sob diferentes formas; nos anos 60 e 70 aparecem nos jornais em manchetes pejorativas enfatizando que a sua sexualidade é a principal causa de seus males .
A perseguição destes grupos durante a ditadura militar e com o AI-5 em 13 de Dezembro de 1968 sela essa opressão cancelando todo e qualquer sopro de tentativa na luta por direitos iguais. As manchetes contra homossexuais intensificam-se pelos jornais do país ,principalmente nos maiores centros urbanos .
Em1979 com a abertura política ,surgem jornais alternativos como : “ O Lampião da Esquina “ , que retrata a cena homossexual discutindo sobre os direitos destes grupos chamados de minorias.
Nos anos 80 com o avanço da AIDS os os homossexuais voltam às manchetes como sendo os totais responsáveis pela disseminação da “peste gay” e enfatizando a homossexualidade como perversão e sórdido. Os direitos dos grupos ditos como minorias despontam após promulgação da Constituição de 1988 , como a lei Maria da Penha e a rescente sobre feminicidio.
A abordagem desses temas não aparecem no plano pedagógico do Estado mas, o docente não é impedido de falar sobre gênero em sala de aula ou nas dependencias das escolas. É de suma importância que a escola aborde os temas de diversidade e gênero para fortalecer a convivência e enxergar o outro como diferente de mim e respeitá-lo por isso . Antes de abrir esse tipo de discussão se faz necessário uma formação para o corpo. docente e demais funcionários da unidade escolar .
imagens : Simone Almeida