04 de julho, inverno, um clima estranho na cidade. O frio se aproxima e o sol, sem aquecer, insiste em brilhar no céu. Aproximo-me do cemitério da cidade, o local marcado para o encontro, e eu sei que ela estará a minha espera. Ao cruzar o portão da necrópole meu coração congelou, assim como o tempo parecia ter congelado naquele lugar. A cada passo o uivo do vento e o canto dos pássaros entoavam uma melodia desconhecida que me arrepiava inteira, um misto de ansiedade, medo e dúvidas. As folhas das árvores faziam um balé ao meu redor e sobre minha cabeça e na mais pura tradução refletiam o turbilhão de emoções que me envolvia naquela caminhada pelos caminhos de pedra daquele cemitério. Avistei-a de longe, os cabelos e as vestes negras, a pele alva, a boca pálida e as mãos a segurar um copo ...