E se existir um casulo incompatível com suas asas? Abre-as e as use, mesmo o rompendo. Mesmo desmistificando o culturalmente “normal”.
As primeiras manifestações do ser transgênero não está no primeiro pintar das unhas, nem no usar o primeiro vestido. Está ao respirar pela primeira vez fora do corpo que nào se reconhece. Sim, está no renascer. Compreender sua recôndita identidade é fundamental para sua sobrevivência. Sobreviver à opressão. Sobreviver ao mundo. Sobreviver à você mesmx.
Suportar a opressão social com esperança hercúlea de garantir aos futuros transgêneros da nossa Sociedade Civil a visibilidade que hoje não temos, a estigmatização que não merecemos, a felicidade que tanto buscamos. O ensejo da minha metamorfose estética/performance é tornar visível o que não nos habituamos à ver, ao que, na realidade, fingimos não reconhecer…
20 de outubro de 2015
Ana
Outro dia estava viajando com minha marida (ela é uma mulher trans) fizemos uma amiga durante o passeio, aí depois de algumas perguntas da parte dela e de explicar como funcionava o nosso relacionamento ela admirada falou: “Mas então onde esse povo anda? Pq nunca vi nenhum lá em Fortaleza! É a primeira vez que vejo!” Por isso, como diz minha marida, nós temos mesmo que sair dos guetos e ser vistas, para que as pessoas saibam que nós existimos… e passem a respeitar!