O início.
Bom conheci as famílias LGBT no antigo encontro do Tatuapé, quando esse ainda era no estacionamento do shogppin Tatuapé.
Esse encontro acontecia sempre as segundas feiras por volta das 19:00 e ia ate umas 23:00 ,onde dezenas de jovens saiam de todos os cantos da cidade de São Paulo pra se sociabilizar.
Percebi que lá tinha grupo de jovens onde sempre tinha uma pessoa que era uma referencia um líder, perguntando logo me falaram que aquilo eram famílias LGBT .
Logo fiquei curioso pra saber mais desse fenômeno , quando fui no encontro LGBT aos domingos no largo do Arouche ,mais conhecido pela juventude LGBT como vieira percebi que esse fenômeno se intensificava de tal forma que de cada 10 jovens 7 eram de alguma família LGBT, hoje em dia a maioria dos jovens estão frequentado a marquise do parque do Ibirapuera conhecida como aranha.
Pesquisando descobri que as famílias LGBT eram bem mais antigas do que podíamos imaginar começaram provavelmente no final da década de 60 no auge da ditadura militar, onde LGBT eram expulsos de casa e iam pro centro da cidade de São Paulo onde eram acolhidos pelas travestis .
Essas travestis davam casa,comida e segurança temos alguns nomes bem conhecidos que foram mães de famílias LGBT como Andreia de Maio, Brenda Lee e Cris negão .
Assim como as famílias de sangue as famílias LGBT ao observa las por um tempo percebi algumas características onde criei uma classificação para compreender melhor os vários tipos de famílias LGBT existentes.
Vejamos algumas das principais vertentes:
Famílias Primitivas
(classifico assim por serem mais antigas)
Essas foram as primeiras famílias que se formaram ,onde sua líder é sempre uma travesti onde dá casa,comida e proteção . E muitas vezes,sua cafetina ela sempre é chamada de mãe .
Seus membros quase que em sua totalidade são travestis e alguns gays e lesbicas.
Famílias Medievais
(classifico assim por conta do sobrenome e brasão)
São famílias do final da década de 80 e começo de 90, onde começa a aumentar a presença de gays e lesbicas e diminuir a presença de travestis .
Geralmente a mãe é um gay mais afeminado uma travesti ,e começa a ter a figura de um pai como segundo comando que pode ser uma lesbica masculinizada ou um gay ,começa a ser usar o sobrenome da mãe e um brasão como símbolo de sua família.
Nessas famílias funcionam onde a mãe manda o filho obedece ,quem desobedece ou envergonha a família paga uma multa ou em dinheiro ou ate mesmo de forma mais violenta.
Família Rolezinho
(classifico assim por conta que serve mais para diversão)
Essas por sua vez começam aparecer no final da década de 90 e começo dos anos 2000,nessas a maioria é formada por gays e lesbicas e as travestis praticamente desaparecem nesse tipo de família.
A figura central ou líder é sempre uma drag que bate cabelo seus membros passam a usar as redes sociais utilizando o sobrenome da drag para dar visibilidade pra família .
Geralmente esse tipo de família cresce muito em bairros periféricos ou cidades da grande São Paulo ,suas principais atividades são ir para balada acompanhar sua mãe.
Elas são sempre apadrinhadas por uma família medieval ou família moderna .
Família Moderna
(classifico assim pois são organizadas e bem estruturadas)
Esse tipo de família começa a aparecer em meados de 2004 ,elas já nascem com o sobrenome algo muito importante no submundo LGBT,possuem um brasão ou logotipo, já existem regras mais claras onde todos os membros seguem.
Suas lideranças passa a ser pai ,mãe e tios esses por sua vez podem adotar e ter outras famílias dentro daquela família ,muitas vezes isso é conhecido como casta ou casa.
Nessas famílias passa a existir regras para quem pode ou não fazer parte da família,passa a ter um formulário para preencher uma espécie de registro para controle da quantidade de membros.
As punições são mudadas deixa de ser multa ou correções físicas e passa a ser boicote ou a morte social daquela pessoa no grupo como em baladas ou roles.
Famílias pós modernas
(classifico assim pois passam agir igualmente uma ONG)
Esse tipo de família é muito parecida com a família moderna mais , ela começa a ter um estatuto e eleições pra escolha de seu líder e conselho .
Nesse tipo de família a militância se torna sua principal atividade baladas e roles fica pra segundo plano e o combate a lgbtfobia se torna o alvo .
Em todas essas formas de famílias os lgbts que fazem parte delas são 90% periferifericos ou em estado de marginalidade .
A Família Stronger nascida em 2006 faz parte das famílias modernas essa ao qual faço parte.
Pingback: A era dos coletivos LGBT - Família Stronger
João Victor
Estou orgulhoso pela criação do site, gostei muito da explanação sobre famílias e acredito que seja muito importante.
Tenho orgulho em dizer que sou stronger até o fim.
Parabéns minha família moderna. <3
Cleyton
Quando olhamos para o nosso lado e vemos algumas pessoas que está sempre presente, que nunca nos deixa desanimar, só podemos estar gratos. Amigos que nos dão palavras de coragem e que lutam para nos ver felizes, são raros hoje em dia. E eu tive a sorte de encontrar vocês,qual luz para meu caminho e tesouro para meus dias.É um orgulho poder participar da família Strongers.
Cleyton
Quando olhamos para o nosso lado e vemos algumas pessoas que está sempre presente, que nunca nos deixa desanimar, só podemos estar gratos. Amigos que nos dão palavras de coragem e que lutam para nos ver felizes, são raros hoje em dia. E eu tive a sorte de encontrar vocês,qual luz para meu caminho e tesouro para meus dias.É um orgulho poder participar da família Strongers.