Na última segunda, dia 20, foi “comemorado” o Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares que lutou até a morte contra a escravidão do povo negro no Brasil. Porque coloquei comemoração entre aspas? Porque, quase 400 anos depois da abolição da escravatura, não temos o menor motivo para comemorar o 20 de novembro.
Ser negro no Brasil hoje é ainda lidar com o preconceito, com a desigualdade; é ter que provar todo santo dia que a gente pode ser alguém na vida independentemente da nossa cor. É ser morto pela Polícia, principalmente na periferia; é ter sempre o menor salário em relação ao branco (com a mesma formação que você); é ser usado como objeto sexual (isso desde a escravidão!); é ser estuprada; é ser espancado por ladrões, quase ser jogado no rio e ninguém fazer nada e inda, na delegacia, não ter o racismo colocado no inquérito!
Mas, mesmo com tudo isso contra, ser negro no Brasil é luta, militância, cultura, amor, respeito… ser negro é ser referência em todos os meios de atuação… ser negro é ter a brasilidade na alma…
Ainda não temos motivo para comemorar o 20 de novembro, o Estado ainda nos deve muito; mas não podemos deixar de lutar, não só em novembro, mas em todos os meses do ano! Não somos negros só em 20 de novembro, mas em todos os 365 dias do ano!
Ser negro, periférico e pobre é sinal de orgulho sim! E tenho a esperança de dias melhores para toda a comunidade negra no Brasil, mesmo que isso demore anos e eu nem esteja viva pra ver isso, mas dias melhores virão para os pretos e pretas desta nação!
Viva Zumbi!
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