Privacidade na nossa sociedade: Redes sociais
Preocupações com a privacidade com os serviços de redes sociais têm sido levantadas constantemente. Os usuários de redes sociais precisam estar alerta sobre os perigos de dar informações de caráter íntimo. Dados podem ser utilizados indevidamente, também por meio de hackers ou vírus.
Além disso, há uma ameaça à privacidade percebida em relação a colocar demasiada informação pessoal nas redes sociais, permitindo produzir um perfil do comportamento de um indivíduo. Com isso, criam-se verdadeiros arquivos de informações de cada usuário, com os mais diferentes dados sobre o seu comportamento social, econômico e pessoal; informações essas que podem ser utilizadas para os mais diversos fins.
Mesmo que tais dados sejam públicos, a sua coleta e posterior organização e classificação para utilização em fins, por exemplo, comerciais, levam a importante questão sobre invasão de privacidade. Vale lembrar ainda, que tais dados, mesmo depois de apagados pelos usuários de redes sociais, permanecem sob controle dessas redes, que os armazena para fins econômicos seus e de terceiros.
Assim, a privacidade nos sites de redes sociais pode ser prejudicada por vários fatores. Além dos os usuários divulgarem informações pessoais, os próprios sites podem não tomar as medidas adequadas para proteger a privacidade do usuário, sendo que terceiros frequentemente usam informações postadas em redes sociais para uma variedade de propósitos.
Por meio da chamada mineração de dados (data mining), ou prospecção de dados, as empresas são capazes de melhorar suas vendas e lucratividade. Com esses dados, as empresas podem delinear o comportamento online de clientes em potencial, atingindo seu público alvo facilmente. Pode-se definir a mineração de dados como o processo de explorar grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes.
Observa-se, ainda, o grande desenvolvimento do chamado “software de análise de redes sociais” (“network analises software”). Este software é capaz de se adaptar para produtos específicos. Nesse contexto, o Facebook tem sido especialmente importante para os profissionais de marketing, dando às empresas o acesso aos milhões de perfis, a fim de adaptar os seus anúncios aos interesses de um usuário da rede social.
Comercio de informações
A informação sempre foi cobiçada por todas as sociedades, sejam por suas corporações, governos, acadêmicos, pesquisadores, comerciantes, sempre visando aprimorar produtos, para assim melhorar os resultados para que cada vez mais os lucros também fossem ampliados. E a internet foi um meio utilizado para que essa obtenção de dados fosse rápida e realmente certeira.
A internet foi como a descoberta de um poço de petróleo, vez que nunca foi tão fácil gerenciar informações dos mais variados assuntos e nos mais distintos lugares. A informação rege a política, os negócios e a sociedade, aí está a o seu valor. Porém esta coleta de dados deve respeitar os limites da privacidade de cada pessoa que utiliza essa imensa rede.
Para realizar a coleta de dados são utilizados muitos meios como o formulário que está tão presente nas redes sociais, os cookies que são lançados pelos sites no computador do usuário, sendo possível identificar o navegador, o sistema operacional, a localização, o IP do computador e até mesmo o telefone utilizado na conexão. Os hackers que são utilizados por empresas para a fiscalização do sistema a procura de falhas. E por fim os crackers que representam grande perigo, vez que invadem sistemas protegidos fazendo cópias do banco de dados.
Os formulários são justificados pela maior satisfação do cliente, direcionar a propaganda, encontrar melhores lugares para investir. Essas informações são importantes não só para quem coleta esses dados, mas para todas as outras empresas que estão no mercado, e as coletoras conseguem um lucro maior ao violar a privacidade de seus clientes passando essas informações a outras empresas, seja para adquirir outras informações ou vendendo.
Em suma, o comércio de informações independente do meio com que foi obtida é antiético, vez que a coleta por cookies, hackers e crackers sequer tem a autorização do cliente, e o formulário quando preenchido foi destinado a determinada empresa, não havendo autorização para divulgar as informações ali estabelecidas.
Termos de uso
Todos os sites de relacionamento possuem o termo de uso que o usuário deverá aceitar para ingressar na rede. Mas o que realmente está escrito neste termo?
Se pesquisarmos quantos usuários leram os Termos de uso antes de se cadastrarem nessas redes, certamente verificaremos que muito mais da metade não lê, o que nos leva a acreditar nessa porcentagem é que o brasileiro não gosta de ler e não tem o costume, mas, acima disso, existe a confiança excessiva depositada às redes sociais, porque se tantas outras pessoas são cadastradas e não tem nenhum problema, acreditam que também não terão, afinal o texto é tão extenso, o tempo para lê-lo não pode ser desperdiçado “inutilmente”. Esse é o pensamento da grande maioria dos usuários.
Os problemas ocorridos nas redes sociais já começam por aí, ou seja, na falta de leitura dos Termos, na falta de medidas preventivas tomadas tanto pelos usuários quanto pelos sites.
As pessoas não sabem as regras para participarem de uma rede social ou se cadastrarem em tantos outros sites. A maioria das pessoas não sabe a que está se sujeitando ao clicar no termo “aceito”.
Ressalta-se que algumas redes como o Netlog, Sonico, Badoo utilizam para cada usuário uma frase aleatória que ficará no seu perfil, o usuário querendo ou não, esta frase permanecerá em sua página inicial, trazendo uma verdadeira chateação e grande incômodo para alguns usuários. Além disso, o controle exercido por essas redes pode extrapolar uma conduta como esta, pois, se o usuário se cadastrar em um desses sites, por exemplo, ele jamais poderá retirar a imagem escolhida para seu perfil, ficando apenas a possibilidade de alterar a foto, mas nunca de excluí-la.
Tal situação não parece ser grave, mas é.
A gravidade está no fato de que nem após a exclusão definitiva solicitada pelo próprio usuário da conta não se encerrará o vínculo com o site, pois a rede social armazena os dados sob a justificativa de que talvez o usuário queira reabrir a sua conta, então as suas informações estarão guardadas.
Já se sabe que, alguns sites utilizam as informações armazenadas para repassarem a outras empresas, conforme o interesse do negócio a ser realizado, lembrando que o valor dos contatos e informações de algumas pessoas são por demais valiosos.
Outro ponto muito relevante nesses sites de relacionamento é que após a morte da pessoa, sua conta continua ativa e suas informações expostas, o que gera até mesmo um desgaste emocional para a família do falecido, sendo que, o cancelamento da conta não é feito por meio administrativo, apenas por solicitação da família, mas sim, é necessária a intervenção judicial, o que gera mais gastos e desgaste da família da vítima.
Concluímos assim, que mister se faz que todos os usuários leiam os termos de uso das redes sociais, exercendo assim seus direitos e zelando de sua privacidade e precavendo de futuros problemas relacionados ao armazenamento indevido do material postado por esses sites.