Ódio 1. Aversão intensa gerada
motivada por medo, raiva ou
injúrias sofrida; odiosidade.
Agimos com o coração motivados pelo amor ou pelo ódio.
ódio é o contrario do amor “, não compartilho desta expressão, pois o amor e o ódio dedicam uma atenção ao outro ou outros e produzem sentimentos ao alvo, o contrário do amor seria então a indiferença ou seja, não exprimi nenhum sentimento a uma pessoa ou grupo.
Nos últimos anos as redes sociais tem viabilizado discursos de ódio ao outro por motivos diversos. Independente do objeto do ódio a construção das falas, vídeos, posts partem do principio de que se eu não sou o objeto odiado, logo eu devo odiá-lo, esse ódio seria definido com o ódio irracional ou em explicação simplista o “ódio gratuito” ao outro.
Um dos fatores que me causam espanto é a quantidade de jovens que reproduzem esse ódio gratuito à todos aqueles que não se assemelham a ele ou compactuam com suas teorias e conceitos, logo, torna-se um inimigo em potencial e deve ser odiado e por vezes eliminado.
O ódio às mulheres independente de sua sexualidade é tão antigo quanto a humanidade e tem no senso comum a normatização da inferiorizarão do universo feminino.
A construção histórica e social do que é ser uma mulher passa por mudanças significativas na construção da humanidade e da religiosidade e suas doutrinas monoteístas e falocêntrica.
A negação da sabedoria feminina o desmerecimento do conhecimento empírico das mulheres medievais com seus chás, unguentos e práticas medicinais são desvalorizadas resumindo-se ou aceitando apenas as mulheres como “parteiras”. Na atualidade o conhecimento tecnológico da mulher não é igualado ao do homem independente do nível de graduação ou experiência que possuam essas mulheres.
Essas afirmativas pertencem ao senso comum desde o momento que nos descobrimos mulher. Mas afinal de contas o que é ser mulher ?
Se partimos da frase fatídica pronunciada ao fim do casamento religioso e em alguns casamentos de ordem civil : “Vós declaro marido e mulher”, então só nos tornamos mulher para a sociedade quando temos um “dono”, seguindo essa construção social os pais ou responsáveis são nossos tutores e nos entregam a nossos donos definitivos de preferência em bom estado evitando custos e os mal dizeres da sociedade.
As lésbicas não seguem essa regra da sociedade e automaticamente não são mulheres e por não serem a mulher que a sociedade espera são vistas como abjetos, coisas, seres inferiores.
Essa pode ser uma explicação para a coisificação, marginalização das lésbicas pela sociedade.
“Não conseguiu um homem ao seu lado” ( um dono) ,“Não gerará a vida”, “Não terá ninguém para cuidar dela na velhice” são apenas : Não…não…não..
A palavra “NÃO” ,traduz o comportamento da sociedade com as lésbicas, negando sua existência seus saberes ou suas vontades.
As conotações que acompanham o universo lésbico são carregadas de negatividade:
Mulher-macho, Paraíba, mulher feia, mal amada, desprezada. Equiparadas à uma caricatura do homem ou uma mulher frustrada, que não atende aos padrões de beleza e com isso não conseguindo atrair companhia masculina; escolhe a feminina.
O ódio dispensado às lésbicas através dos tempos coloca essas mulheres às margens da sociedade padronizada. A luta por direitos e por ser vista como agente ativo na sociedade é constantes.
Durante o ano em São Paulo temos dois momentos de manifestação Política e Cultural a Caminhada de lésbicas e bissexuais de São Paulo que acontece um dia antes da Parada Gay de São Paulo e dia 29 de agosto o dia da visibilidade lésbica. Para ser invisível basta ser mulher e sendo mulher e sexualmente livre a sua invisibilidade será imposta por vários segmentos sociais, engana-se aquela que acredita que por estar em um grupo constituído por mulheres estará livre de preconceitos e discriminação, mais uma vez se você não for igual às outras terá um momento de discriminação, e separatismo, Ainda falta para algumas mulheres entenderem o real significado de sororidade.